Do portal Granma—

Pela trigésima vez, a comunidade internacional votará, em 3 de novembro, contra o bloqueio econômico, comercial e financeiro dos EUA contra nosso país.

A lista de oradores nas Nações Unidas na quinta-feira,3 de novembro, inclui discursos das delegações da República Árabe Síria, Colômbia, Guiana, Camboja, São Cristóvão e Nevis, Granada, África do Sul, Laos, Malásia, Jamaica, Peru, Etiópia, Nicarágua, Gabão, Índia, Angola, Panamá, Argélia, Congo, Tanzânia, Zimbábue e Cuba.

No início do dia, após a apresentação de um esboço de resolução delineando os danos desta política entre meados de 2021 e todos os anos de 2022, os principais grupos políticos e regionais do mundo pediram o seu levantamento.

«Esta manhã, na Assembleia Geral da ONU, foi discutido o bloqueio genocida contra Cuba. Excelentes discursos, argumentos devastadores, solidariedade comovente. E a confirmação da solidão dos EUA em sua política de sanções», escreveu o primeiro-secretário do Comitê Central do Partido e presidente da República, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, sobre os acontecimentos do dia.

Mais uma vez, houve um consenso mundial sobre as muitas formas pelas quais a política dos Estados Unidos viola os princípios da Carta das Nações Unidas, os pactos internacionais e prejudica o povo cubano; e houve uma demanda para a retirada da Ilha da lista de Estados patrocinadores do terrorismo.

EM NOME DO MUNDO

A Argentina, em nome da Comunidade dos Estados da América Latina e Caribe (Celac), descreveu a política de interferência como o principal obstáculo para o desenvolvimento da maior das Antilhas.

«A Celac reitera sua rejeição a instrumentos como a Lei Helms-Burton, que é contrária ao direito internacional, e que aumenta a intimidação na esfera das relações econômicas e de investimentos, e a constante perseguição das transações financeiras do país caribenho», disse o representante desta nação, que também manifestou preocupação com a intensificação das medidas coercitivas, principalmente a inclusão de Cuba na lista de Estados patrocinadores do terrorismo.

As opiniões dos 120 Estados membros do Movimento dos Países Não-Alinhados (Mnoal) também foram ouvidas na ONU, do qual o Azerbaijão foi um mensageiro digno, lembrando como todos os anos a maioria dos países vota a favor da resolução cubana, em firme oposição às medidas unilaterais dos EUA.

O Mnoal denunciou a forma como demonstramos as consequências do assédio feroz de um poder a outro país, e trouxe de volta à memória coletiva o fato de que, durante a administração de Donald Trump, mais de 240 medidas foram adotadas para apertar o bloqueio.

«Atualmente, mais de 190 nações mantêm relações com Cuba, e somente os EUA castigam esse país com sua política externa», ressaltou.

Em nome do Sistema de Integração Centro-Americana (SICA), o representante da República Dominicana expressou solidariedade com Cuba, que ensina o mundo a compartilhar o que tem.

Da mesma forma, em nome da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), Cingapura assinalou que este é o sétimo ano em que a organização interveio na Assembleia Geral exortando os EUA a levantar imediatamente o bloqueio contra Cuba, pois as sanções afetam o bem-estar, a saúde e as perspectivas de desenvolvimento do povo cubano.

Também dificultam a ajuda humanitária, especialmente em casos de desastres naturais e eventos como o furacão Ian; dificultam as operações de cooperação global e limitam as relações regionais.

Do Grupo dos 77+China, um diplomata do Paquistão falou para rejeitar a extraterritorialidade da política e para pedir respeito pelo espírito deste espaço internacional, no qual os mesmos argumentos têm sido apresentados há três décadas.

O Egito foi a voz da Organização de Cooperação Islâmica, entidade da qual o bloqueio é considerado uma ameaça ao desenvolvimento sócioeconômico da Ilha, com uma presença injustificável em tempos de uma pandemia global.

Moçambique, representando o Grupo Africano, reiterou o compromisso de sua região com a Ilha maior das Antilhas, para o qual a aplicação da Lei Helms-Burton constitui o principal obstáculo no caminho para o cumprimento da Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável.

«Cuba tem feito numerosas contribuições positivas ao longo das décadas para o bem-estar da África e de muitos outros Estados e povos do mundo e, nos últimos 30 anos, o Grupo Africano tem reafirmado seu total apoio a esta resolução», lembrou.

TODAS AS VOZES CONTAM NESTA BATALHA

Os embaixadores da República Bolivariana da Venezuela e do México detalharam que foram 30 anos seguidos que a comunidade internacional pediu a revogação desta política, que Cuba enfrenta há mais de 60 anos.

Reconheceram que esta é uma agressão econômica, sob pressão máxima, que tem um efeito semelhante ao da guerra convencional, e que também afeta qualquer pessoa que tente ter relações legais com a pequena nação, a 90 milhas da Flórida.

O México descreveu a manutenção do bloqueio econômico, comercial e financeiro contra Cuba como «um contínuo desrespeito às resoluções da Assembleia Geral da ONU que é inaceitável à luz do direito internacional e da política externa».

Apesar disso, disse a Venezuela, Washington não conseguiu amolgar a Cuba socialista e revolucionária, que continua renovando seu espírito de solidariedade e cooperação de forma abnegada.

O representante de Honduras, por outro lado, enfatizou em seu discurso que a ONU foi criada para garantir a paz mundial e a autodeterminação dos povos, e reiterou sua preocupação com o fato de Cuba permanecer na lista de países que violam os direitos humanos.

A Bolívia, por outro lado, acolheu gestos de solidariedade cubanos, mesmo no auge do flagelo da Covid-19. «A pandemia mostrou como somos frágeis e a necessidade de interconexão global para superar os desafios», disse, após descrever o bloqueio como um ato de genocídio e de guerra econômica.

Opiniões semelhantes foram expressas por Trinidad e Tobago, cujo diplomata destacou o envio de uma brigada médica, composta principalmente de enfermeiros, para ajudar seu país na luta contra a Covid-19.

Do continente africano, Namíbia e Guiné Equatorial também compartilharam estas avaliações, elogiando a presença de Cuba naquela parte do mundo em áreas como saúde, educação, esporte e cultura.

O orador da China salientou que a imposição de medidas contra Cuba limita a capacidade do país de desenvolver efetivamente a Agenda 2030. Também afirmou que o bloqueio não está diminuindo, apesar da rejeição global, mas sim se intensificando.

Como parte de uma posição política com a qual é consistente, a China apelou para que a comunidade internacional falasse a uma só voz para condenar estes eventos.

Sua contraparte russa insistiu na necessidade de resolver as diferenças internacionais sem práticas discriminatórias, exigiu o levantamento das sanções sem condições e instou todos os países a exigirem o fim desta política desumana.

Tanto a China quanto a Rússia acusaram a Casa Branca de tentar aplicar a Doutrina Monroe, com alcance global, para coagir aqueles que não apoiam suas políticas, que podem ser rotuladas como terrorismo econômico.

O representante da República Popular Democrática da Coreia (RPDC) também compartilhou o sentimento coletivo, denunciando os danos causados pelo bloqueio nos últimos 60 anos, em resposta ao qual declarou sua solidariedade com o governo cubano e seu povo.

O Vietnã, uma nação irmã, destacou o fato incomum de que, durante essas três décadas, não foi possível levantar a política cruel, que valorizou como um fracasso da Assembleia Geral, que reúne a maioria das nações do mundo.

Explicou que este bloqueio adquiriu vários níveis e ainda hoje está em vigor, apesar dos desastres ocorridos em 2022, como a explosão no hotel Saratoga em Havana, o incêndio nos depósitos de combustível em Matanzas e a passagem do furacão Ian.

Da Bielorrúsia, o diplomata credenciado junto à ONU disse que sua nação se opõe ao uso de medidas coercitivas contra qualquer nação, porque têm o próposito de causar o máximo dano econômico e prejudicar a imagem do governo.

Outras nações, como Quênia, Vietnã, Síria, Colômbia, São Vicente e Granadinas, Filipinas e Dominica, coincidiram em seus discursos ao expressar sua rejeição ao bloqueio e exigir firmemente seu levantamento imediato.

Matéria publicada originalmente no portal Granma.

 

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