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O postulante falangista, que reproduz fantasias demagógicas para embaralhar os vetores da conjuntura e influir no resultado eleitoral, tem uma tríplice responsabilidade no concernente à calamidade na economia brasileira. Em primeiro lugar porque, ao defender a exploração e o jugo burguês, representa, ideologicamente, a fração mais reacionária dos conglomerados monopolista-financeiros. Assim, vez que o capitalismo resulta em crises periódicas, esparge as mazelas inelutáveis do modo produtivo e de seu metabolismo.

Depois, porque vem aplicando – no governo central sob as suas ordens, mediante ações políticas de retorno à sociedade civil – as providências práticas equacionadas pelas diretrizes oficiais. Tais medidas não somente agravam os problemas econômicos nos períodos adversos, como também despejam o peso principal da crise no colo dos trabalhadores, das camadas médias subalternas, do povo em geral e até mesmo de certos segmentos burgueses que, desde o meio dos 1900, ficaram fora das benesses oligopolistas.

Por fim, porque mente compulsivamente sobre tudo que faz ou deixa de fazer, afirmando que a inflação foi controlada e o Brasil cresce. Inventa, enfim, que a economia vai maravilhosamente bem. Todavia, os próprios dados publicados pelas instituições oficiais, cujos trabalhos envolvem milhares de profissionais que jamais poderiam ser amordaçados e centralizados por algum tipo de conspiração integral, desmentem a propaganda eleitoral e os discursos mirabolantes. Para desmascará-los, basta considerar os números.

Conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação para os “de baixo”, inclusive os proletários que recebem até cinco salários mínimos, foi maior: 10,12% em 12 meses. A comida é mais atingida pela carestia. Em setembro, a elevação dos preços chegou a 1,74%, sendo que o índice acumulado em 12 meses a 17,50%. De junho a julho, a subida em “alimentação e bebida” fora 1,3%. Nas refeições de rua, o percentual ficou em 0,83%.

Tudo isso acontece ao mesmo tempo em que o salário mínimo restou congelado, já que o critério de aumento real – isto é, além do INPC – foi suprimido. Ademais, o desemprego permanece muito elevado e quase 40 milhões fazem trabalho em condição precária ou sem quaisquer direitos. Eis porque a paralisia domina o cenário e a fome recrudesce. A situação é dramática para o mundo laboral e a grande maioria da população. Tão grave que, às vésperas do pleito, a extrema-direita procura esconder a verdade com fake news.

Quanto ao desenvolvimento, as estatísticas também incomodam. Segundo a classificação adotada pelo IBGE, o crescimento industrial brasileiro caiu 0,6 % de julho até agosto. A ”transformação” teve o pior resultado para o mês desde 2018. Em 2022, acumula uma baixa de 1,3%. Em 12 meses a queda foi pior, de 2,7%. O segmento se mantém 1,5% abaixo do seu nível pré-pandêmico – fevereiro/2020 – e 17,9% aquém do seu pico, em 2011. A curva de sua evolução, em 2022, com altos e baixos, mais parece gangorra.

No que se refere ao PIB, houve um baque de 1,13% em agosto, quando comparado a julho. Quem desmente o candidato situacionista é o próprio Banco Central, pelo Índice de Atividade Econômica (IBC-BR), tido como espécie de prévia. O “mercado” – sem o subterfúgio de praxe, as instituições de assessoria financeira – esperava uma baixa de apenas 0,60%, conforme a Pesquisa Bloomberg. Trata-se, pois, da maior queda mensal desde março/2021. Agora, porém, a Covid 19 não pode justificar o desastre.

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