Por Luka Pereira —
Na quinta-feira (16/06) foi lançado nos cinemas brasileiros o novo documentário de Maria Augusta Ramos, “Amigo Secreto”.
A diretora – conhecida e premiada por filmes anteriores de destaque internacional – agora aborda o trabalho da imprensa na divulgação do vazamento de diálogos entre procuradores e juízes da operação “Lava Jato”. As mensagens trocadas evidenciaram uma série de ilegalidades cometidas pelos agentes envolvidos, em especial o conluio entre a acusação (Ministério Público) e a parte julgadora, na figura do então Juiz Sérgio Moro. Além disso, expuseram as táticas utilizadas na construção de narrativas midiáticas que favorecessem os interesses punitivos casuísticos dos grupos lava-jatistas.
Maria Augusta Ramos joga luz sobre os bastidores da “Vaza Jato”, série de reportagens produzida pelo site The Intercept Brasil, em parceria com o El País e outros veículos de imprensa. Coube a esses jornalistas o trabalho minucioso de seleção e interpretação das mensagens vazadas, contextualizando-as para que fizessem um melhor sentido.
Em reação ao episódio do vazamento, foi deflagrada pela Polícia Federal a “Operação Spoofing”, com o objetivo de investigar invasões às contas de Telegram de autoridades brasileiras e de pessoas relacionadas à operação “Lava Jato”. Ironicamente, a incorporação dos arquivos vazados naqueles autos judiciais conferiu legitimidade a eles, que acabaram servindo no processo que decidiu pela parcialidade de Sérgio Moro e anulou as condenações contra o ex-presidente Lula, reiterando a sua inocência.
“Amigo Secreto” é um convite ao olhar crítico sobre as entranhas das perseguições políticas promovidas pela juristocracia puritano-punitivista da Lava Jato.
Confira o trailer: https://www.youtube.com/watch?v=xe5HVuvR7Bg