Por Hora do Povo—

Em um vídeo divulgado nas redes sociais, em tom de denúncia pela responsabilização da Mineradora Vale, pela tragédia de 25 de janeiro de 2019 em Brumadinho (MG), o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria e da Construção Pesada de Minas Gerais (Siticop-MG), se solidarizou com as vítimas da tragédia, onde quase metade dos mortos eram da base do sindicato.

O vídeo em nome de Eduardo Armond, que é diretor do Siticop-MG e coordenador da rede sindical de barragens BWI, lembrou que ninguém foi responsabilizado pela tragédia que culminou na morte de 270 pessoas. Armond também relembrou da tragédia que assola Maceió, em Alagoas, também ocasionada por uma mineradora.

“Eu venho hoje aqui lembrar a todos os companheiros do movimento sindical, do movimento popular, que no dia 25 fizemos 5 anos do rompimento da barragem do córrego do feijão, 5 anos do crime que matou 270 trabalhadores e trabalhadoras, sendo que desses, 130 trabalhadores eram da nossa base, da nossa categoria. Nós até hoje não temos nenhuma punição para os responsáveis, ninguém foi condenado, ninguém foi punido, e ainda por cima, dezenas de processos de trabalhadores terceirizados ainda permanecem na justiça, no sentido de buscar a indenização, de buscar o reconhecimento por parte da Vale”, disse.

Veja o vídeo:

https://www.facebook.com/100000217782222/videos/406911791755754/

“Nós do Siticop-MG viemos aqui fazer uma manifestação de solidariedade a todas as famílias, a todas as vítimas, mas queremos lembrar os 10 mil trabalhadores que hoje trabalham na área de risco nas barragens de Minas Gerais, lembrar os 5 mil da população do entorno de barragem que foram deslocados de suas moradias aqui em Minas Gerais, também nos solidarizar com os companheiros lá de Maceió, onde a Braskem, que é uma mineradora e também deslocou 60 mil pessoas de suas residências”, continuou. 

Por fim, Armond relembrou que é preciso responsabilizar os culpados pela tragédia e todo dia 25 de janeiro, relembrar o ocorrido.

“Essa é a mineração no Brasil, uma mineração que trabalha com índices de acidentes os mais altos do mundo, com índices de mortes os mais elevados do mundo. Com afetação ao meio ambiente, com deslocamento forçado de populações. Gostaria de lembrar isso, para não entrarmos numa lógica de achar que o crime não continua, o crime continua, companheiros. E nós, junto com os trabalhadores que trabalham na mineração, gostaríamos de manifestar o nosso total apoio à manifestação todo dia 25 de janeiro da Ava Brum, em Brumadinho, no sentido de lembrar o crime e de buscar a responsabilização dos culpados. Estaremos sempre no apoio às vítimas e aos trabalhadores e às populações”, afirmou.

Publicado originalmente em Hora do Povo.


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