Por PRC—
Dos portos da esperança partiu a Flotilha da Liberdade – civil e pacífica. Ao carregar consigo o humanismo dos que se recusam a aceitar a normalização da barbárie, do apartheid, da ocupação militar, do massacre à nação palestina e do genocídio em Gaza, a pequena embarcação desafiou as Armadas da crueldade e da morte.
Arbitrariamente interceptada pelas forças israelenses, teve seus participantes detidos por participarem da missão humanitária internacional destinada a romper, simbólica e praticamente, o cerco imposto à Faixa de Gaza, bem como a denunciar as violações aos direitos fundamentais da população palestina. O governo de Benjamin Netanyahu é a face de um fascismo belicista que criminaliza o humanismo e vê na solidariedade uma ameaça.
Entre os aprisionados pela Marinha de Guerra, está o recém-deportado brasiliense de 39 anos, Thiago Ávila, formado em Comunicação Social e militante do movimento popular. Os membros da Coalizão Flotilha da Liberdade – inclusive os seus familiares, amigos e companheiros –, merecem o respeito e a solidariedade geral. Da mesma forma, fazem jus a população de Israel, e de judeus mundo afora, que se mobilizam pelo fim das hostilidades.
Enquanto isso, em outra frente, o governo israelense ordena bombardeios ao Irã. Com a mesma máquina de guerra, o mesmo desprezo pela diplomacia, os mesmos cúmplices de sempre, viola soberanias nacionais e incendeia os caminhos da paz. Procura acobertar-se com o discurso hipócrita de “prevenção”, a mesma desculpa usada para justificar o suplício dos palestinos.
A escalada contra o povo palestino em Gaza ou Cisjordânia, o Líbano, o Iêmen e, agora, o Irã, é a expressão do expansionismo sionista, hoje fundido à extrema-direita, que rasga o direito internacional e despreza as vidas, seja de palestinos, iranianos, árabes, israelenses, muçulmanos, judeus, cristãos, seja dos que, em qualquer lugar, ousam levantar suas vozes em defesa dos povos e da paz.
As guerras de conquista e dominação só interessam ao imperialismo e estão longe de atender às demandas da humanidade.
Perante a escalada bélica e o ataque a civis, é dever do proletariado, dos povos e dos governos democráticos – extensivamente, da comunidade internacional – romper o silêncio, condenar os conflitos expansionistas, defender unitariamente a paz e exigir:
– cessar-fogo incondicional, retirada das tropas de ocupação, encerramento do bloqueio e abertura das fronteiras para o socorro humanitário à Faixa de Gaza;
– respeito à IV Convenção de Genebra e ao Direito Humanitário Internacional, a garantia de proteção à população civil, seja ela local ou estrangeira bem como fim de todas as ameaças e guerras expansionistas;
– direito do povo palestino à autodeterminação, à constituição de seu próprio Estado reconhecido e à livre escolha de seu destino;
– responsabilização internacional de Benjamin Netanyahu e seu governo por crimes de guerra e contra a humanidade.
O Partido da Refundação Comunista – PRC-Brasil – une-se às vozes que reivindicam do governo brasileiro a enérgica condenação à política de Benjamin Netanyahu, a firme defesa da paz, a proteção a civis e o translado imediato de cidadãos estrangeiros, com ações internacionais concretas em apoio às nações e povos ameaçados ou atacados, em especial os palestinos e iranianos.
Brasília, 13 de junho de 2025 Comitê Central do PRC-Brasil