Passados 60 anos desde o golpe militar, a extrema direita permanece ameaçando a vida nacional. Para enfrentá-la, é urgente resgatar a união dos democratas e progressistas que pôs fim no passado ao regime ditatorial, desalojou recentemente o protofascismo que aparelhara o Palácio do Planalto e barrou a seguir a intentona de janeiro. Eis por que, hoje, Lula e Alckmin governam o País. No entanto, enfrentam o cerco de uma sistemática oposição, que procura sabotar sua administração e retomar o protagonismo político perdido.
Considerando a conjuntura, o Partido da Refundação Comunista – PRC (Brasil) – definiu, como núcleo de sua tática, o trabalho cotidiano para enfrentar e isolar os reacionários. Em consonância com a experiência internacional, defende o instrumento mais efetivo para derrotar o fascismo: a frente ampla, visando a “consolidar o arco de apoio ao Governo Federal […], ratificar em cada município a vitória […] obtida em 2022, mobilizar o povo em torno dos assuntos que o atingem diretamente […] e fortalecer o campo democrático”.
Apesar da realidade óbvia, o espectro que sustenta o atual Governo Central se dividiu e se fragmentou em Belo Horizonte. Os motivos são diversos, da ingenuidade ao carreirismo, passando pela irresponsabilidade. Surgiram inúmeros pretendentes. O quadro se agravou na exata proporção das demagogias e provocações, com ataques aos aliados. Criaram-se obstáculos dispensáveis aos entendimentos necessários às próximas disputas municipais, estaduais e nacionais. Pior ainda: prolifera o coro com a extrema direita.
A resolução do Comitê Estadual, em 16/8/2024, frisou a incompatibilidade dessas condutas com a unidade a ser construída, e sugeriu a sua pronta superação como critério para sugerir o voto no majoritário apresentado pela Federação Brasil da Esperança: já que “o alvo principal é […] Bruno Engler, […] as relações entre os demais postulantes devem ser mutuamente respeitosas e sem críticas sectárias”; logo, é imperativo fortalecer o “campo democrático-progressista […] no processo eleitoral e nas incontornáveis alianças futuras”.
Portanto, tratava se de indicação “unilateral”, mas não incondicional. O alerta foi desconsiderado. Agora, um mês depois, com a correlação de forças cristalizada que a simples observação e as pesquisas de opinião indicam –, corre a Capital mineira o risco de chegar ao segundo turno da eleição municipal sem uma opção democrática e progressista. Mais trágica é a possibilidade real de que a Prefeitura seja ocupada pelo núcleo duro do bolsonarismo. Tal retrocesso é inaceitável: tem que ser imediata e decididamente revertido.
Os belo-horizontinos lutaram pelos direitos e liberdades, conquistando 32 anos de administrações abertas e avançadas. Hoje, urge preservar o regime democrático, manter políticas públicas inovadoras, melhorar as condições de vida da população e pavimentar o caminho para novos embates. O Comitê Estadual do PRC se dirige aos segmentos e pessoas que realmente querem barrar a ultradireita, para convidá-los a votarem na candidatura democrática em melhores condições de ir ao segundo turno e vencer: Fuad Noman.
Concomitantemente, orienta os revolucionários em geral e a militância orgânica para se mobilizarem permanentemente, visando a eleger o maior número possível de vereadores comprometidos com as reivindicações populares básicas. Nessa perspectiva, postula o sufrágio nas chapas proporcionais lançadas pelos agrupamentos e agremiações pertencentes à BH da Esperança. Especial destaque merece o nome apoiado pelo Partido e aqueles pontualmente acolhidos em categorias profissionais ou movimentos específicos.
Belo Horizonte, 15 de setembro de 2024,
Comitê Estadual do PRC/MG