O Estado palestino é o caminho da paz

O mundo surpreendeu-se não com a guerra e a mortandade na Palestina, que são crônicas e se repetem há décadas, nem com a tragédia social de um povo cercado e vilipendiado, mas com a ofensiva militar lançada com base na Faixa de Gaza contra os territórios israelenses ou em ocupação e disputa. Radicaliza-se, dramaticamente, sobre milhares de cadáveres ou feridos, fardados e civis, a certeza: o conflito regional é um dos mais graves no Planeta em chamas. Decerto, a paz só pode ocorrer com enérgicas mudanças de responsabilidade internacional, sabotadas pelo imperialismo norte-americano, pelos seus comparsas na Otan e pelo governo extremo-direitista hoje hospedado em Telavive.

O portal Vereda Popular manifesta sua profunda preocupação com a escalada nas tensões, atividades bélicas e violências, que só fazem multiplicar os problemas locais. Ademais, julga prudente que quaisquer autoridades brasileiras – sobretudo agora, quando seus diplomatas na ONU assumem a presidência rotativa no Conselho de Segurança – evitem proclamações apressadas, simplificando assuntos complexos por meio de pechas fáceis e unilaterais como “terrorismo”. Por via de consequência, reafirma o apoio à imediata paralisação das operações militares, conforme o interesse dos proletariados e povos internos às nações implicadas, visando a evitar que a situação fique ainda mais deteriorada.

Todavia, é preciso ir além. O caminho para romper o círculo vicioso exige – como é tradição do Itamaraty e da ONU desde a Resolução n^o 181/1947 – que seja efetivada uma já clássica e amplamente apoiada solução, conhecida como “dois Estados”. Trata-se de manter a existência de Israel, contra o desejo de facções fundamentalistas, que desejam varrê-lo do mapa, e também – com a ênfase necessária para fortalecer o polo hipossuficiente no contencioso – de implantar um Estado nacional palestino independente. Para tanto, é indispensável derrotar o projeto fascista, cujo propósito é reconstruir mitologicamente as fronteiras hebreias do Antigo Testamento, que a geopolítica da Casa Branca sustenta.