O portal Vereda Popular continua publicando Anatomia de um credo (o capital financeiro e o progressismo da produção), livro recente de Ronald Rocha, Editora O Lutador, Belo Horizonte. Segue o Capítulo III.

III – A oligarquia financeira no Brasil

Uma breve menção ao passado ajuda a captar o padrão adquirido pela economia brasileira nas seis últimas décadas. A expansão das relações capitalistas e o desenvolvimento burguês, desde o início sob o signo da dependência, desaguaram na constituição de monopólios e, ao fim e ao cabo, na cristalização de um capital financeiro interior privado, frequentemente associado a cartéis internacionais e sob a hegemonia imperialista.1

A formação econômico-social do País ganhou tal contorno a partir dos anos 1950 – na esteira da industrialização em marcha e da expansão no mercado interno, durante os governos Vargas e Kubitschek –, traço que se acentuou nas condições político-institucionais instauradas pelo golpe militar de 1964, quando a concentração e a centralização de capitais passaram a exigir e a receber vultosos recursos creditícios em longo prazo.

Naquele período se apresentaram, amalgamaram, generalizaram e aprofundaram as seguintes tendências polimorfas, todas operando e convergindo para o mesmo resultado: a fusão entre bancos privados; a ligação de instituições usurárias com grandes empresas de vários tipos; a vinculação das finanças aos interesses dominantes nos diversos ramos econômicos; a interpenetração dos conglomerados com os órgãos estatais.

Essa realidade foi muitas vezes constatada por meio de conceitos inadequados, incompreendida em seus significados essenciais e atribuída a “modelos” de ordem institucional ou a políticas governamentais. Conforme opinou Bresser Pereira, em 1996, prefaciando e ratificando a elaboração classificatória de Nunes:

“A partir desse momento as quatro gramáticas [‘clientelismo, corporativismo, insulamento burocrático e universalismo de procedimentos’] passam a conviver e a se inter-relacionar. Será esse compromisso, do qual Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek serão os mestres, que irá viabilizar a construção de um Estado nacional e a […] de um poderoso processo de industrialização no Brasil.”2

A reprodução do capital e do sobretrabalho constituiu uma burguesia disposta a investir ou a gastar, encheu os cofres públicos, alargou a burocracia estatal e, mesmo mantendo a penúria de grandes massas, gerou uma camada de assalariados e pequeno-burgueses urbanos com renda maior. As próprias manifestações culturais ascenderam: a proliferação de rádios, indústrias fonográficas, boates, produções cinematográficas e canais televisivos, com epicentro na antiga capital federal, Rio de Janeiro, veiculou as épocas áureas das músicas carnavalescas, do baião,3 do samba-canção4 e da bossa nova.5

Apesar de sucessivas confusões analíticas, o novo clima foi detectado e valorizado, com propósitos variados, por correntes desenvolvimentistas e estudiosos de múltiplos matizes, de vez que ficaram evidentes, entre outros sinais, as auspiciosas elevações anuais no suprimento integral de bens fabris, como os 11,2% obtidos entre 1954 e 1956,6 e no PIB, como os 7,1% de 1947 a 1961:7

“O Brasil pertence ao grupo de países que adotaram nos últimos 50 anos uma economia capitalista moderna e internacionalizada. Países que procuram implantar uma ordem capitalista moderna têm de criar novas instituições. A operação de um sistema capitalista moderno exige comportamentos individuais e institucionais compatíveis com a lógica da produção econômica. […] A moderna ordem econômica capitalista penetra todas as esferas da vida social e estende-se a outras instituições; a lógica do mercado torna-se a regra predominante para a organização da vida política e social, e os comportamentos individuais também são embutidos na lógica da produção econômica.”8

A partir de então, os conglomerados privados nativos passaram a integrar o tripé hegemônico da economia, juntamente com monopólios de origem estrangeira e empresas públicas ou mistas. Todavia, desde o seu surgimento, boa parte dos grandes grupos domésticos participam desse esquema como sócios menores dos cartéis multinacionais – especialmente estadunidenses – ou de forma subordina na circulação, ao lado das relações capitalistas de Estado enfraquecidas a partir dos 1990.

Importa observar que os membros do condomínio dominante, a partir dos anos setenta, passaram a agir sob um regime de mútuas e crescentes penetrações e cooperações entre si e com as instituições do Estado. Nesse ambiente compartilhado, as relações entre os partícipes acontecem na lógica do mecanismo único que vincula todos, concorrendo para “civilizar” e compor suas contradições e competições nas esferas econômicas e políticas.

Entretanto, ressalve-se que os interesses comuns são insuficientes para eliminar os conflitos interburgueses, inclusive no topo, embora limitem sua influência nos rumos políticos gerais. Por baixo, as contradições também operam, pois os empresários à antiga – com seus capitais particulares nos interstícios da teia monopolista-financeira – têm parte de “sua” mais-valia drenada por meio de privilégios permanentes na produção e na circulação:

“O recente desenvolvimento na organização e no gerenciamento das grandes corporações é o degrau por meio do qual o poder oligopolístico e monopsônico [situação onde há um único comprador, que concentra poder de mercado, diante de inúmeros vendedores] permite a elas atacar as pequenas firmas, valendo-se de práticas predatórias. Esse poder força as pequenas firmas a reduzir os salários e a aumentar a produtividade dos seus próprios trabalhadores.”9

A dúplice exploração que a burguesia impõe ao proletariado – por dentro e por fora do circuito controlado pela oligarquia financeira –, bem como a relação assimétrica que os monopólios mantêm com a massa do empresariado subalterno e o conjunto da sociedade, integram a nova realidade, determinam as regras na acumulação de capital, acirram a extração de mais-valia absoluta e repercutem sobre os interesses da pequena burguesia.

Tais simbioses e hierarquias se evidenciam nos dados disponíveis sobre descendência, controle, atividade, organograma, interconexão e ascendência entre as formas de capital, presentes nos 200 maiores grupos empresariais privados atuantes no Brasil em ordem de receita bruta10 – especialmente aqueles classificados de industriais –, mesmo que, muitas vezes, os seus liames permaneçam ocultos, embutidos, desdobrados ou indiretos.

Merece especial atenção a presença de holdings – Sociedades Gestoras de Participações Sociais, instituições especializadas em administrar feixes de empresas coeridas por meio do controle majoritário, com propriedade franca ou velada sobre ações – no mercado. Também se destaca, mormente no caso dos bancos e financeiras, o vínculo estabelecido e cotidianamente renovado mediante carteiras que operam investimentos e aplicações.

Exemplos elucidativos são os cinco gigantes “industriais” em 2012: a Petrobras, a Vale, a Odebrecht, a JBS e a Ambev.11 Tais empresas frequentam o mercado financeiro e ostentam instituições de investimento em seus capitais originários e derivados, assim como amplas diversificações em ramos e redes, que depois se espalham por meio de pessoas jurídicas e contratos de muitas espécies. A mesma lógica, em densidades variadas, ocorre nas relações mantidas por empresas classificadas como de comércio, finanças, serviços e agropecuária.

As estatísticas de 2013, referentes às receitas brutas, mostram a ascensão da J & F Investimentos – ligada à JBS – ao terceiro lugar, ultrapassando a Odebrecht.12 Em 2014, o mesmo grupo continuou a crescer e galgou a segunda colocação, enquanto a Vale caía para a quarta.13 No entanto, semelhante dança de colossos em nada muda a realidade essencial: apenas reafirma, em termos estruturais, o quadro monopólico-financeiro no País.

Voltando aos dados de 2012 – válido para os casos a seguir nomeados –, o grupo que mais cresceu em termos de receita bruta, com 112,3%, foi o Évora, sediado no Rio Grande do Sul,14 atuante nos ramos de plástico, borracha, química e petroquímica. Seus investimentos têm origem na Terramar S.A., enquanto seus capitais derivados se espalham por 28 empresas em vários setores e países, inclusive holdings e atividades florestais.15

O maior grupo em número de empregados – 207.289 assalariados – foi a Andrade Gutierrez,16 sediado em Minas Gerais e classificado como de serviços. O conglomerado atua em construção, engenharia, energia elétrica, telecomunicação, negócios imobiliários e concessão pública. Seus investimentos – inclusive aportes de pessoas físicas – têm origem nas Administradoras Sant’Ana Ltda., Santo Estêvão S.A. e São Miguel S.A. Seus capitais derivados se espalham por 87 empresas, inclusive a AG Invest Fundo de Investimento em Participações, a International Finance Corporation e a AGC Participações Ltda.17

O “grupo industrial” privado, localizado em território brasileiro, que mais cresceu em lucro líquido, chegando a R$10,508 bilhões, foi a Ambev,18 com sede em São Paulo. Atuante nos ramos de bebida, transporte, logística e comércio, bem como fortemente associado a capitais europeus, seus investimentos têm origem na Anheuser-Busch InBev N.V./S.A., AmBrew S. A., InBev Belgium S.A., Anheuser-Busch InBev Nederland Holding B.V., Fundação Zerrenner, Ambev S.A. Interbrew International B.V. e Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil – Previ –, entre outros. Seus capitais derivados se espalham por 50 empresas, inclusive holdings, administradoras de participação e atividades florestais.19

O “grupo industrial” privado com maior patrimônio líquido foi a Vale S.A. – R$155,633 bilhões –20, sediada no Rio de Janeiro, que atua nos ramos de mineração, metalurgia, siderurgia, energia elétrica, transportes e logística. Seus investimentos têm origem nas BNDES Participações S.A., Litel Participações S.A., Bradespar S.A., Valepar S.A., Eletron S.A. e Mitsui & Co. Ltd., além de outras fontes. Seus capitais derivados se espalham por 136 empresas nos vários setores, incluindo holdings administradoras de valores e atividades agropecuárias.21

O “grupo industrial” privado de maior rentabilidade patrimonial – entre os de propriedade principalmente brasileira – foi a EMS Sigma Pharma, sediada em São Paulo, que atingiu o patamar de 49,8%, sendo superado apenas pela inglesa Souza Cruz.22 Com capitais derivados concentrados em fábricas de bens farmacêuticos, seus investimentos têm origem na Saltmont Empreendimentos e Participações Ltda., na SEM Participações S.A., na Saltriver Empreendimentos e Participações Ltda. e na Companhia Brasileira de Biotecnologia Farmacêutica.23

Em 2014, a Ambev continuou apresentando o maior lucro líquido entre os grupos “industriais”. No que concerne ao crescimento por receita, patrimônio líquido e rentabilidade patrimonial, porém, ascenderam ao primeiro posto, respectivamente, a Coca-Cola FENSA, a Petrobrás e a Souza Cruz.24 Essas modificações no topo da conformação monopolista-financeira são irrelevantes para informarem conclusões políticas de cunho estratégico.

Entre as maiores gigantes nas estatísticas de 2012, a Petrobras e a Odebrecht impressionam, pois em suas origens e derivações reuniam, respectivamente, 286 e 447 empresas. São 733 ramificações diretas, que se espalham pelos seguintes ramos: a primeira, na extração, transformação, comércio e distribuição de petróleo, gás ou derivados, na química ou petroquímica, na energia elétrica, nos transportes e na logística; a segunda, em concessões públicas, na construção ou engenharia e também na química ou petroquímica; ambas, em grupos de investimento, captação de capital e participação financeira.25 Premidas pela crise cíclica aberta em 2014, essas árvores podaram ou entrelaçaram alguns galhos.26

Sublinhe-se que os bancos há muito extrapolaram suas características iniciais, quando se limitavam à usura. O Bradesco27 e o Itaú Unibanco28, os dois maiores do País por receita em 2012 – com, respectivamente, R$166,893 e R$146,432 bilhões anuais –, atuam, prioritariamente, nos ramos de investimento, capitalização, cartão de crédito, consórcio, corretagem-distribuição de valores, financeiro, leasing, previdência privada, seguro e tecnologia da informação. Assim, articulam suas influências e inserções na participação acionária de empresas e na reprodução metabólica do capital como conjunto.

Em 2014, o Banco do Brasil ascendeu ao primeiro lugar, com receita de R$182, 901 bilhões – embora os dois privados também crescessem –, permanecendo a Caixa Econômica Federal em quarto.29 Em ativos totais, os 11 maiores de 2015 mantiveram as posições que ocupavam no ano anterior: Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Satander, BTG Pactual, HSBC Bank Brasil, Safra, Votorantim, Citibank e Banrisul.30 No ocaso de 2016, o Itaú Unibanco disputava o primeiro lugar, posto afinal mantido pelo Banco do Brasil – R$1.506 bilhões31 contra R$1.35332.

As descendências e ascendências que corporificam tais instituições se apresentam em malhas. Em 2012, os conglomerados privados Bradesco e Itaú Unibanco – o último autonomeado como Holding S.A. – controlavam ou influenciavam, respectivamente, 152 e 40 outras empresas, sem nomear a presença de ambos na circulação e composição de capitais pelo mercado afora, inclusive em unidades industriais, por meio de carteiras para investimento e capitalização,33 que atuam em mão dupla.

No ano de 2014, a árvore construída pelo Itaú Unibanco chegou aos 56 galhos.34 Em 2015 incorporou o Corpbanca, de origem chilena.35 Sua expansão agressiva prosseguiu em 2016, com destaque à compra dos 40% pertencentes ao Banco BMG na joint venture em comum, atuante no ramo de crédito consignado,36 seguida pela elevação de seus ativos a R$1,4 trilhão e de suas agências ou postos de atendimento a quatro mil, mediante:

“[…] contrato (Equity Interest Purchase Agreement) com o Banco Citibank S.A. e com outras sociedades de seu conglomerado […] para aquisição dos negócios de varejo no Brasil […], incluindo empréstimos, depósitos, cartões de crédito, agências, gestão de recursos e corretagem de seguros, assim como as participações societárias detidas pelo Citibank na […] Tecnologia Bancária S.A. […] e na […] Companhia Brasileira de Securitização […], pelo valor de R$ 710 milhões.”37

Também na agropecuária se constituíram conglomerados. As movimentações monopolista-financeiras da Bunge, Cargill, Maggi e Dreyfus, que concentram e centralizam o comércio atacadista de grãos – 70% das exportações brasileiras de cereais –, associaram-se à Estação da Luz Participações para criar uma empresa de logística e interferir no planejamento nacional do transporte, inclusive disputando leilões e concessões de ferrovias.38 

Por fim, lembrem-se os fundos de pensão, que hoje sobrevivem adaptados à lógica mercantil-financeira, como acionistas e investidores. Considerem-se, ainda, os seus incontáveis e nem sempre esclarecidos elos: referindo-se apenas aos maiores grupos do setor cuja atividade é classificada como industrial, os ingressos provenientes da Previ figuram como capitais proprietários da Petrobras, Ambev, BRF S.A., Embraer e Paranapanema S.A.39

Os 10 maiores conglomerados formados pelos

grupos industriais”, quanto à receita, em 2012

Conglomerados

Principais ramos de atividade

Principais empresas originárias

Algumas empresas derivadas

Petróleo Brasileiro S.A.

Comércio e distribuição de petróleo e derivados; energia elétrica; exploração, refino e distribuição de petróleo, gás, química e petroquímica; transporte; logística.

BNDES; União Federal; BNDESPar; Previ.

281 unidades, presenças e relações, como: Dowstream Participações; Petrobras Internacional Finance Co. PIF Co.; Fundo de Investimento Imobiliário RB Logística; Total Agroindústria Canavieira S.A.; Dallolivo Agrícola Ltda.

Vale S.A.

Energia elétrica; metalurgia; mineração; siderurgia; transporte; logística.

BNDESPar; Litel Participações S.A.; Bradespar S.A.; Mitsui & Co. Ltd.; Valepar S.A.; Eletron S.A.

136 unidades, presenças e relações, como: Vale Investments Limited; Vale International Holding GmbH; Coteminas; Votorantim Metais; Comercial e Agrícola Paineiras Ltda.

Odebrecht S.A.

Concessões públicas; construção e engenharia; química e petroquímica.

Pessoas físicas; Riocom Patrimonial Ltda.; N.O.JR Patrimonial Ltda.; EAO Patrimonial Ltda.; Cape Patrimonial Ltda.; Kieppe Patrimonial Ltda.; IPQ Patrimonial Ltda.; Kieppe Serviços Ltda.; Kieppe Participações e Administração Ltda.; ODBINV S.A.

436 unidades, presenças e relações, como: ONL Investment B.V.; Odebrecht Holding GmbH; Odebrecht Administradora e Corretora de Seguros Ltda.; Odebrecht Properties e Entretenimento; Odebrecht Realizações Imobiliárias e Participações S.A.; Odebrecht Defesas e Tecnologia S.A.; Petrobras; Odebrecht Agroindustrial Investimentos S.A.

JBS S.A.

Alimentos.

BNDESPar; CEF; Banco Original; FB Participações S.A.

43 unidades, presenças e relações, como: JBS Confinamentos Ltda.; Fábrica de Produtos Alimentícios Vigor S.A.; JBS Embalagens Metálicas Ltda.; JBS Holding Internacional S.A.; JBS Finance Ltd..

Cia. de Bebidas das Américas AMBEV

Bebidas; comércio; transporte; logística.

Anheuser-Busch InBev N.V./S.A.; AmBrew S.A.; InBev Belgium S.A.; Anheuser-Busch InBev Neterdand Hold. B.V.; Fundação Zerrenner; Ambev S.A.; Interbrev Int. B.V.; Previ.

50 unidades, presenças e relações, como: Lizar Administradora de Carteira de Valores Mobiliários Ltda.; Taurus Investments SPC; Ambev International Finance Co. Limited; Agrega Inteligência em Compras Ltda.; Fazenda do Poço Agrícola e Florestamento S.A.

Fiat S.p.A.

Eletroeletrônica; finanças; mecânica; metalurgia; veículos e peças.

Fiat S.p.A.; Fiat Industrial S.p.A..

34 unidades, presenças e relações, como: Fiat Finanças Brasil Ltda.; Banco Fidis S.A.; Banco CNH Capital S.A.; Fiat Corretagem de Seguros Ltda.; New Holland Holdings S.A.

Metalúrgica Gerdau S.A.

Comércio e distribuição de produtos siderúrgicos; energia elétrica; metalurgia; siderurgia.

Pessoas físicas; Stichting Gerdau Johannpeter; Cindac Empreendimentos e Participações S.A.; Indac Indústria, Administração e Comércio S.A.; Açoter Participações Ltda.; Grupo Gerdau Empreendimentos Ltda.; Banco J.P. Morgan S.A.

25 unidades, presenças e relações, como: Gerdau Comercial de Aços S.A.; Gerdau América Latina Participações S.A.; Gerdau Holdings Europa S.A.; Gerdau Internacional Empreendimentos Ltda.

Votorantim

Agroindústria; energia elétrica; finanças; materiais de construção e decoração; metalurgia; siderurgia; papel e celulose; química e petroquímica; tecnologia da informação.

Hejoassu Administração S.A.

65 unidades, presenças e relações, como: Banco Votorantim S.A.; Votorantim Bank Limited; Banco Votorantim Securities; Banco do Brasil S.A.; BNDESPar; Gávea Investimentos Ltda.

Volkswagen do Brasil

Finanças; veículos e peças.

Volkswagen A.G..

20 unidades, presenças e relações, como: Banco Volkswagen S.A.; Volkswagen Corretora de Seguros Ltda.; Volkswagen International Finance N.V.; Central Elétrica Anhanguera Ltda.

Bunge Brasil Holdings B.V.

Açúcar e álcool; alimentos; transportes; logística.

Bunge Limited; Bunge Cooperatief U.A..

27 unidades, presenças e relações, como: Etti Holdings Ltda.; Bunge International Commerce Ltd.; Terminal Portuário Cotegipe S.A.; Usina Moema Açúcar e Álcool Ltda.; Monte Dourado Agropecuária S.A.

Tabela elaborada com dados colhidos em publicação técnica.40

Lugar ocupado pelos conglomerados formados pelos 10 maiores “grupos industriais”, quanto à receita

Conglomerado

2012

2014

Petróleo Brasileiro S.A.

Vale S.A.

Odebrecht S.A.

JBS S.A.

2º (Holding J & F Investimentos)

Cia. de Bebidas das Américas AMBEV

Fiat S.p.A.

8º (Fiat Chrysler Auto)

Metalúrgica Gerdau S.A.

Votorantim

Volkswagen do Brasil

11º

Bunge Brasil Holdings B.V.

10º

1) Tabela elaborada com dados colhidos em publicações técnicas.41

2) O 10º posto, em 2014, passou a ser ocupado pelo conglomerado BRF.42

Os 20 maiores grupos empresariais

nos vários ramos, por receita líquida, em 2013

Grupos

Receita líquida em R$ milhões

Setor de atividade original ou principal

Petrobras

304.890,00

Petróleo e Gás

Vale

101.490,00

Metalurgia e Mineração

JBS

92.902,80

Alimentos

Ultra

60.940,20

Petróleo e Gás

Grupo Pão de Açúcar

57.730,30

Comércio Varejista

Raízen Combustíveis

50.591,50

Petróleo e Gás

Braskem

40.969,50

Química e Petroquímica

Gerdau

39.863,00

Metalurgia e Mineração

Cosan

36.165,10

Petróleo e Gás

Ambev

34.791,40

Bebidas e Fumo

Telefônica Brasil

34.721,90

Telefonia e Comunicação

Bunge Alimentos

33.137,90

Alimentos

Odebrecht S.A.

32.285,70

Construção e Engenharia

BRF

30.521,20

Alimentos

Carrefour

29.344,80

Comércio Varejista

Oi

28.422,10

Telefonia e Comunicação

Volkswagen

25.135,00

Veículos e Peças

Cargill

24.817,10

Alimentos

Walmart

24.569,30

Comércio Varejista

Fiat Automóveis

24.301,80

Veículos e Peças

1) Tabela elaborada com demonstrações contábeis consolidadas em 31/12/2013, contendo as seguintes peculiaridades: a) o dado referente a Raizen Combustíveis está em balanço com data diferente; b) os valores relativos a Carrefour e Walmart são estimados.43

2) As alterações em 2014 e 2015 confirmam a mesma estrutura monopólico-financeira.44

Os 20 maiores grupos empresariais

nos vários ramos, por receita líquida, em 2015

Grupos

Receita líquida em R$ milhões

Setor de atividade original ou principal

Petrobras

321.638,00

Petróleo e gás

JBS

162.914,50

Alimentos e Bebidas

Vale

85.499,20

Metalurgia e Mineração

Ultra

(como Ultrapar)

75.655,30

Petróleo e Gás

Raízen Combustíveis

(como Raizen)

74.109,20

Petróleo e Gás

Grupo Pão de Açúcar

(como GPA)

69.115,00

Comércio Varejista

Odebrecht

57.463,10

Construção e Engenharia

Braskem

47.283,00

Química e petroquímica

Ambev

46.720,10

Alimentos e Bebidas

Cosan

43.666,50

Petróleo e Gás

Gerdau

43.581,20

Metalurgia e Mineração

Telefônica Brasil

42.134,00

Telefonia e Comunicação

(TI & Telecom)

Carrefour

(como atacadão/Carrefour)

41.437,20

Comércio Varejista

Bunge Alimentos

35.772,80

Alimentos e Bebidas

Claro Telecom

33.695,00

Telefonia e Comunicação

(TI & Telecom)

Eletrobras

32.588,80

Energia Elétrica

BRF

32.196,60

Alimentos e Bebidas

Cargill

32.087,50

Alimentos e Bebidas

Oi

27.353,80

Telefonia e Comunicação

(TI 7 Telecom)

Copersucar

26.324,00

Açúcar e Álcool

Tabela elaborada com demonstrações contábeis consolidadas em 31/12/2015.45

Alteração no lugar ocupado pelos 20 maiores

grupos empresariais nos vários ramos,

quanto à receita líquida

Grupos

2013

2014

2015

Petrobras

Vale

JBS

Ultra

Grupo Pão de Açúcar

(GPA)

Raízen Combustíveis

Braskem

Gerdau

11º

Cosan

10º

Ambev

10º

10º

Telefônica Brasil

11º

11º

12º

Bunge Alimentos

12º

12º

14º

Odebrecht S.A.

13º

15º

BRF

14º

17º

17º

Carrefour

15º

13º

13º

(Atacadão/Carrefour)º

Oi

16º

18º

19º

Volkswagen

17º

23º

30º

Cargill

18º

19º

18º

Walmart

19º

20º

21º

Fiat Automóveis

20º

21º

(como Fiat Chrysler Auto)

28º

(FCA – Fiat Chrysler Automobiles)

1) Tabela elaborada com dados colhidos em publicações técnicas.46

2) Os 14º e 16º postos, em 2014, passaram a ser ocupados, respectivamente, pelos grupos Claro Telecom e Eletrobrás.47

3) Os 15º, 16º, 18º e 20º postos, em 2015, passaram a ser preenchidos, respectivamente, pelos grupos Claro Telecom, Eletrobrás, Cargill e Copersucar.48

4) Tal ordenamento desconsidera os ajustes feitos na tabela referente a 2013, por irrelevância qualitativa.49

1 ROCHA, Ronald. Teses Tardias – capitalismo e revolução social no Brasil moderno. São Paulo, Editora Interferência, 1989, p. 143.

2 BRESSER PEREIRA, Luiz Carlos. Prefácio – Política e Insulamento Burocrático no Brasil. In: NUNES, Edson. “A Gramática Política do Brasil – Clientelismo e Insulamento Burocrático”. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 2003, p. 11.

3 CASTRO. Ruy. A noite do meu bem: a história e as histórias do samba-canção. São Paulo, Companhia das Letras, 2015, pp. 212 a 216.

4 Idem, ibidem, pp. 436 a 447.

5 CASTRO, Ruy. Chega de saudade: a história e as histórias da Bossa Nova. São Paulo, Companhia das Letras, 2016, p. 428.

6 MALAN, Pedro Sampaio; et al. Política econômica externa e industrialização no Brasil, 1939-1952. Rio de Janeiro, Ipea, 1977, p. 294. Apud: NUNES, Edson. “A Gramática Política do Brasil – Clientelismo e Insulamento Burocrático”. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 2003, p. 108.

7 MALAN, Pedro Sampaio; et al. Crescimento econômico, industrialização e balanço de pagamentos: o Brasil dos anos 70 aos anos 80. Friburgo/Stanford-Bekerley, Joint Center for Latin American Studies, Iuperj, 1983. Apud: NUNES, Edson. “A Gramática Política do Brasil – Clientelismo e Insulamento Burocrático”. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 2003, p. 108.

8 NUNES, Edson. A Gramática Política do Brasil – Clientelismo e Insulamento Burocrático. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 2003, p.15.

9 CHESNAIS, François. Entrevista a Valor Econômico em 3/5/2014. In: http://www.valor.com.br (consultado em março de 2014).

10 VALOR GRANDES GRUPOS. 200 maiores com organogramas de participações acionárias. Valor Econômico S.A., Dezembro 2013, Ano 12, Nº 12, pp. 127 a 228. VALOR GRANDES GRUPOS. 200 maiores com organogramas de participações acionárias. Valor Econômico S.A., Dezembro 2014, Ano 13, Nº 13, pp. 172 a 273. VALOR GRANDES GRUPOS. 200 maiores com organogramas de participações acionárias. Valor Econômico S.A., Dezembro 2015, Ano 14, Nº 14, pp. 136 a 230.

11 VALOR GRANDES GRUPOS. 200 maiores com organogramas de participações acionárias. Valor Econômico S.A., Dezembro 2013, Ano 12, Nº 12, pp. 190 a 196, 214 a 217, 178 a 188, 166 e 167, 130 e 131.

12 VALOR GRANDES GRUPOS. 200 maiores com organogramas de participações acionárias. Valor Econômico S.A., Dezembro 2014, Ano 13, Nº 13, p. 153.

13 VALOR GRANDES GRUPOS. 200 maiores com organogramas de participações acionárias. Valor Econômico S.A., Dezembro 2015, Ano 14, Nº 14, p. 117.

14 VALOR GRANDES GRUPOS. 200 maiores com organogramas de participações acionárias. Valor Econômico S.A., Dezembro 2013, Ano 12, Nº 12, pp. 16 e 110.

15 Idem, ibidem, p. 157.

16 Idem, Ibidem, p. 16.

17 Idem, ibidem, pp. 272 a 274.

18 Idem, ibidem, p. 16.

19 Idem, ibidem, pp. 130 e 131.

20 Idem, ibidem, p. 110.

21 Idem, ibidem, pp. 214 a 217.

22 Idem, ibidem, p. 110.

23 Idem, ibidem, p. 156.

24 VALOR GRANDES GRUPOS. 200 maiores com organogramas de participações acionárias. Valor Econômico S.A., Dezembro 2015, Ano 14, Nº 14, p. 120.

25 VALOR GRANDES GRUPOS. 200 maiores com organogramas de participações acionárias. Valor Econômico S.A., Dezembro 2013, Ano 12, Nº 12, pp. 190 a 196 e 178 a 188.

26 VALOR GRANDES GRUPOS. 200 maiores com organogramas de participações acionárias. Valor Econômico S.A., Dezembro 2015, Ano 14, Nº 14, pp. 190 a 194 e 196 a 200.

27 VALOR GRANDES GRUPOS. 200 maiores com organogramas de participações acionárias. Valor Econômico S.A., Dezembro 2013, Ano 12, Nº 12, pp. 80 a 83.

28 Idem, ibidem, pp. 92 e 93.

29 VALOR GRANDES GRUPOS. 200 maiores com organogramas de participações acionárias. Valor Econômico S.A., Dezembro 2015, Ano 14, Nº 14, p. 67.

30 VALOR 1.000. 1.000 maiores empresas e as campeãs em 25 setores e 5 regiões. Valor Econômico S.A., Setembro 2016, Ano 16, Nº 16, p. 370.

31 BANCO DO BRASIL. In: www.econoinfo.com.br/financas-e-mercados/demonstracoes?codIgoCUM=19348 (consultado em fevereiro de 2017).

32 ITAÚ UNIBANCO HOLDING. In: www.econoinfo.com.br/financas-e-mercados/demonstracoes?codIgoCUM=19348 (consultado em fevereiro de 2017).

33 VALOR 1.000. 1.000 maiores empresas e as campeãs em 25 setores e 5 regiões. Valor Econômico S.A., Agosto 2013, Ano 13, Nº 13, pp. 264 e 265.

34 VALOR GRANDES GRUPOS. 200 maiores com organogramas de participações acionárias. Valor Econômico S.A., Dezembro 2015, Ano 14, Nº 14, pp. 88 a 91, 102 e 103.

35 ESTADO DE MINAS. Itaú supera BB e é o maior do país. In: Estado de Minas. Belo Horizonte, Estado de Minas, 17/2/2017, Economia, p. 10.

36 VALOR ECONÔMICO. Itaú fecha compra de participação do BMG no Banco Itaú BMG Consignado. In: www.valor.com.br, 30/9/2016 (consultado em setembro de 2016).

37 ITAÚ UNIBANCO HOLDING S.A. Fato Relevante. São Paulo, Itaú Unibanco Holding S.A., 8/10/2016. In: siteempresas.bovespa.com.br (consultado em outubro de 2016).

38 OTTA, Lu Aiko. Gigantes do agronegócio se unem para investir nas novas ferrovias. In: “O Estado de S. Paulo”, sgeral@mst.org.br (consultado em março de 2014).

39 VALOR GRANDES GRUPOS. 200 maiores com organogramas de participações acionárias. Valor Econômico S.A., Dezembro 2013, Ano 12, Nº 12, pp. 130, 140, 154 e 177.

40 Idem, ibidem, pp. 127 a 228.

41 VALOR GRANDES GRUPOS. 200 maiores com organogramas de participações acionárias. Valor Econômico S.A., Dezembro 2013, Ano 12, Nº 12, pp. 127 a 228. VALOR GRANDES GRUPOS. 200 maiores com organogramas de participações acionárias. Valor Econômico S.A., Dezembro 2015, Ano 14, Nº 14, p. 117.

42 VALOR GRANDES GRUPOS. 200 maiores com organogramas de participações acionárias. Valor Econômico S.A., Dezembro 2015, Ano 14, Nº 14, p. 117.

43 VALOR 1.000. 1.000 maiores empresas e as campeãs em 26 setores e 5 regiões. Valor Econômico S.A., Agosto 2014, Ano 14, Nº 14, p. 176.

44 VALOR 1.000. 1.000 maiores empresas e as campeãs em 25 setores e 5 regiões. Valor Econômico S.A., Agosto 2015, Ano 15, Nº 15, p. 146. VALOR 1.000. 1.000 maiores empresas e as campeãs em 25 setores e 5 regiões. Valor Econômico S.A., Setembro 2016, Ano 16, Nº 16, p. 108.

45 VALOR 1.000. 1.000 maiores empresas e as campeãs em 25 setores e 5 regiões. Valor Econômico S.A., Setembro 2016, Ano 16, Nº 16, p. 108.

46 VALOR 1.000. 1.000 maiores empresas e as campeãs em 26 setores e 5 regiões. Valor Econômico S.A., Agosto 2014, Ano 14, Nº 14, p. 176. VALOR 1.000. 1.000 maiores empresas e as campeãs em 25 setores e 5 regiões. Valor Econômico S.A., Agosto 2015, Ano 15, Nº 15, p. 146. VALOR 1.000. 1.000 maiores empresas e as campeãs em 25 setores e 5 regiões. Valor Econômico S.A., Setembro 2016, Ano 16, Nº 16, p. 108.

47 VALOR 1.000. 1.000 maiores empresas e as campeãs em 25 setores e 5 regiões. Valor Econômico S.A., Agosto 2015, Ano 15, Nº 15, p. 146.

48 VALOR 1.000. 1.000 maiores empresas e as campeãs em 25 setores e 5 regiões. Valor Econômico S.A., Setembro 2016, Ano 16, Nº 16, p. 108.

49 VALOR 1.000. 1.000 maiores empresas e as campeãs em 25 setores e 5 regiões. Valor Econômico S.A., Agosto 2015, Ano 15, Nº 15, p. 146.

 

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